Mordomos dos Dons da Graça


Mensagem Ministrada por Josiah Grauman
5 de Setembro de 2021

Quero iniciar essa noite lendo um verso no qual o Senhor Jesus dá uma declaração incrível. O verso está em Jo 16:7. Nesse contexto, os discípulos estão atribulados. Jesus havia falado repetidas vezes que teria de morrer e retornar ao Pai. Então Ele dá essa declaração incrível: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas quando eu for, vo-lo enviarei.” Pense um pouco sobre essa declaração. Ela é real para você? Sabemos que é verdadeira, mas pense um pouco. Se você fosse um apóstolo nos dias de Jesus e você tivesse como escolher entre duas opções, qual escolheria? Imagine uma opção onde Jesus pudesse morar com você, literalmente. Ele poderia criar seu alimento, você poderia andar sobre as águas com Ele, Ele poderia curar qualquer tipo de doença, você poderia se sentar aos Seus pés e aprender com Ele, você O veria, interagiria com Ele. Você escolheria isso ou o que possui hoje? Ou seja, o Espírito Santo vivendo dentro de você, dando-lhe dons e te santificando?

Sabemos a resposta correta, mas é difícil, não é? Bem no fundo, ficamos tentados a escolher ter Jesus aqui na nossa frente em vez do Espírito dentro de nós e isso acontece porque não apreciamos suficientemente Seu poder. Não valorizamos suficientemente a imagem de Cristo na qual estamos sendo edificados. Precisamos parar e admirar a obra que o Espírito está realizando em nós e entre nós.

Faremos isso nesta noite. Vamos analisar um pouco sobre a obra do Espírito, mais especificamente os dons espirituais. Voltarei para I Pe 4, mas farei algo diferente. Não vou fazer um estudo expositivo do texto, isso fizemos na última semana. Foi-me solicitado trazer nesta noite uma mensagem sobre um tema: dons espirituais. Usaremos I Pe 4:10, 11 como ponto de partida para falar sobre os dons espirituais.

Vou falar sobre 4 responsabilidades dos mordomos da graça de Deus: celebrar a graça de Deus, guardar a intenção de Deus, rejeitar as falsas promessas e buscar a glória de Deus.

Leiamos o texto que será a base do nosso estudo sobre esse tema.

“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons mordomos da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém.”

O primeiro ponto que quero extrair desse texto é que precisamos celebrar a graça de Deus. No verso 10 Pedro nos diz que recebemos um dom. No grego essa palavra é charisma. O texto nos mostra que o dom vem da graça de Deus, que é charis. Então nosso dom (charisma) vem da graça (charis) de Deus. A multiforme graça de Deus é a fonte do nosso dom especial e singular. Durante o novo testamento talvez esse seja o aspecto mais fundamental, óbvio e importante dos dons: eles vêm da graça de Deus. Somos mordomos dos dons, os quais não merecemos. É isso que significa ter vindo da graça. Não trabalhamos por eles, apenas os recebemos e isso invalida qualquer orgulho da nossa parte, como Paulo mostra em I Co 4:7: “Que tens tu que não tenha recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?”. Você não deveria se vangloriar com algo que recebeu.

Isso é como se você recebesse de presente um relógio de um tio rico no seu aniversário, um daqueles que você nunca teria dinheiro para comprar. Depois você sai contando aos seus amigos que foi você quem conseguiu comprar um relógio tão caro. Isso seria ridículo. Se foi um presente, toda glória deveria ser dada ao doador e não ao receptor do presente. Nossa reação sobre o dom deve começar com esse aspecto, com a humildade, não com o orgulho. Humildade essa que fomenta unidade e não orgulho que fomenta divisão. Esse é o sentimento que vemos em todo texto que se refere aos dons, sendo os maiores em I Co 12-14 e Rm 12.

Em Romanos 12, quando Paulo está introduzindo o assunto dos dons, inicia dessa forma, no verso 3: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” É através dessa lente que devemos ver nossos dons, é com humildade. Não podemos nos vangloriar. Não podemos achar que porque recebemos um determinado dom especial, nós somos especiais. Não. É uma expressão da graça de Deus e não do seu merecimento.

Em I Co 12-14 vemos o mesmo princípio. Não devemos nos vangloriar. Apenas como observação, creio que I Co 12-14 é muito mal interpretado porque muitos cristãos tentam copiar o que os de Corinto estavam fazendo em vez de entender que no contexto, trata-se de uma palavra de exortação. Paulo os está corrigindo. Os irmãos de Corinto eram divisivos, uns dizendo que seguiam a Paulo, outros seguiram Apolo, outros Cefas. O capítulo 3 mostra que eram irmãos carnais. No capítulo 5 vemos que eles se vangloriavam por serem tolerantes diante de uma incrível e repugnante imoralidade de um homem com a mulher de seu pai. O capítulo 6 mostra que eles processavam um ao outro. Eles eram confusos sobre questões de casamento e liberdade, chegando a ficarem bêbados diante da mesa do Senhor. No capítulo 15 vemos que eles negaram a ressurreição. O maior problema, para o qual Paulo usa 3 capítulos para tratar, era a arrogância e vanglória com respeito aos seus dons espirituais.

Paulo elabora uma maravilhosa ilustração onde os dons são membros do corpo humano. A igreja é o corpo e um membro da igreja é uma orelha, outro é uma mão, outro é o pé. A questão é que todos precisamos uns dos outros para o funcionamento do corpo, por isso nenhum membro é mais importante que o outro. Creio que o argumento mais forte está no verso 21 onde Paulo diz: “O olho não pode dizer à mão: não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho necessidade de vós.” Vemos a arrogância que Paulo está tentando corrigir.

O olho estava se vangloriando que ele era o melhor e não precisava de nenhum outro membro, esquecendo-se de que sua habilidade de ver era a demonstração da graça de Deus e não vinha da sua própria habilidade. Trata-se de um dom e todos nós recebemos um dom do mesmo doador, o que nos coloca no mesmo nível. Somos todos iguais nesse sentido. No verso 13 do capítulo 12 Paulo diz: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.” Paulo está colocando todos no mesmo nível, removendo a divisão ao remover a fonte do orgulho. O pregador não é mais importante do que os que servem no berçário. O pregador tem um ministério mais público, mas não mais importante, pois todos os membros precisam uns dos outros para funcionarem. Saber disso deveria nos humilhar.

Nossa primeira responsabilidade quando pensamos nos dons é celebrarmos a graça de Deus e não celebrarmos a nós mesmos. Lembremos que Deus nos deu habilidades. Não pensemos que só porque temos um dom mais visível somos mais santos ou mais importantes do que alguém que possui um dom mais privado.

Frequentemente gostamos de medir nossa espiritualidade com base nos nossos dons e não com base nos frutos do espírito. Mas, de acordo com a escritura, devemos medir nossa espiritualidade pelos frutos do espírito e não pelo dom do espírito. O barômetro que mede como estamos no processo de santificação é o amor, a paz, a paciência, a bondade. Não medimos pelo dom que todos igualmente recebemos do mesmo doador, de acordo com Sua graça.

Se quisermos ser mordomos fiéis da graça de Deus, precisamos perguntar: “Estou exaltando a mim mesmo ou Deus? Considero a mim mesmo mais importante por causa desse dom?” Se isso acontecer, perdemos totalmente o sentido dos dons. Se olharmos no contexto de Efésios 2, que lemos nesta manhã, vemos que todos éramos cadáveres, mortos em nossos delitos e pecados. Quando Deus nos salvou, claro, Ele nos deu dons, mas o fato de você ter recebido um determinado dom não faz de você um cadáver mais merecedor do que o cadáver que estava do seu lado e que recebeu um dom diferente. Todos estávamos iguais em nossos delitos e pecados. Isso deve nos humilhar enquanto vemos Deus nos edificar em uma habitação santa. O Espírito está nos edificando em Sua santa habitação, Seu santo templo. “Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15). Isso deve nos fazer pensar na graça desse dom e não nos vangloriarmos.

A segunda responsabilidade do mordomo da graça de Deus é usar esse dom para a edificação de outros. Não apenas celebramos a graça de Deus, mas precisamos ver a intenção para a qual Deus nos deu o dom. Isso também encontramos em I Pe 4:10: “Cada um administre aos outros o dom como recebeu”. Aqui vemos explicitamente o propósito: a edificação. Pense um pouco quão ofensivo é quando alguém usa o que recebeu para algo diferente do propósito original. Imagine que você ouviu que um estudante de seminário está passando por dificuldade financeira e ele precisa de um carro. Então você trabalha duro, guarda um pouco de dinheiro e consegue comprar um carro. Você se sente muito feliz, pois sabe que ele vai poder continuar seus estudos e sair para pregar o evangelho. Passam-se alguns meses e você ouve falar que aquele estudante deixou o seminário, vendeu o carro e ficou com o dinheiro. O que você acharia disso? Você o julgaria. Como alguém poderia ter feito isso? Mas é o que fazemos com nosso dom. O nosso dom é para a edificação de outros, para o bem mútuo.

Quando recebemos o dom, o recebemos com uma instrução, um propósito muito específico: a edificação. Por isso, nosso dom não é fundamentalmente um privilégio pessoal mas é fundamentalmente uma responsabilidade para com os outros. É assim que Paulo fala do mordomado dos seus próprios dons da graça de Deus. Em Efésios 3 ele diz ser o mordomo da graça de Deus, a qual lhe foi dada para os outros. “Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios”. É assim que devemos enxergar os dons. Em Romanos 12:5 Paulo fala no mesmo sentido ao mencionar que somos membros uns dos outros. Temos a responsabilidade de usar os dons para a edificação uns dos outros, por isso é um pecado não usar o seu dom. Não usá-lo é egoísmo, você está negando a bênção que Deus pretendeu dar a nós. Deus lhe deu um dom para nos edificar. Se você não usá-lo, não falar, não servir, estará negando ao corpo as bênçãos que Deus encarregou somente a você, para você entregar ao corpo.

É isso que vemos em I Pe 4, I Co 12-14, e Rm 12. Paulo diz que a cada um foi dada a manifestação do Espírito para o bem comum, para a edificação. Esse é sempre o motivo. Essa é a nossa responsabilidade. Estamos usando nosso dom para a edificação do corpo? Muitas pessoas, quando estudam a questão dos dons, ficam presas olhando dons específicos. Há cerca de 40 dons mencionados no novo testamento em 7 listas diferentes. Vemos profecia, cura, exortação, administração, misericórdia, apostolado, oferta, auxílio, etc. A lista é longa. Cada lista é diferente e a variedade dos dons é realmente impressionante. O ponto aqui é que essas não são listas exaustivas, mas representam a variedade da graça de Deus que Ele deu a cada membro do corpo. O ponto principal é que existe uma variedade de dons.

I Co 12 nos mostra que um é um olho, outro é um pé, outro é um ouvido, mas a questão não é enfatizar cada dom individualmente. O ponto principal da ilustração é explicar que todos pertencem e servem ao único corpo. Todos exercem sua função, caso contrário, o corpo não pode funcionar. Novamente eu digo, não se prenda em algum tipo de missão a fim de identificar qual habilidade especial você tem e então servir apenas nessa área.

Alguém pode pensar: “Eu não posso servir no berçário, meu dom é de administração.” Não é esse o ponto. Por isso Pedro nos ajuda tanto em I Pe 4:11 onde ele quer dizer: “Vejam, basicamente a questão dos dons é essa: se alguém fala, fale conforme as verdades das escrituras, se alguém serve, sirva com toda a força que Deus provê.” É simplesmente isso. Algumas coisas você faz melhor e consegue suprir uma necessidade, outras não e está tudo bem, sirva onde você consegue suprir uma necessidade. Sirva onde o corpo tem necessidade. Devemos nos questionar se é isso que estamos fazendo, se estamos usando nossos dons ou estamos encostados sem fazer nada. Se essa é a sua situação, que vergonha, o corpo precisa de cada um para funcionar. Ouvimos hoje de manhã sobre a quantidade de crianças que temos neste campus. O serviço de crianças tem necessidades. O corpo sempre tem necessidades. Então pergunte como você pode funcionar, use seus dons para falar e servir para a edificação do corpo. É isso que glorifica Deus, é quando usamos nossos dons para servirmos uns aos outros, como Ele desejou. Então o propósito dos dons é para edificação uns dos outros. Quero fazer um parêntesis aqui e olhar em I Co 14.

Eu sei que temos muitos irmãos novos entre nós e quando falamos a palavra “dom”, logo surgem dúvidas sobre os dons de língua, dons de cura, de milagres, etc. Quero falar rapidamente sobre a questão dos dons de língua, porque a afirmação que Paulo faz em I Co 14 é exatamente sobre o que estávamos falando, que a intenção é a edificação. Você pode se perguntar: “por que não falamos em línguas aqui?” O primeiro motivo é simples. O propósito explícito dos dons é a edificação e havia alguns dons específicos presentes no primeiro século que desempenharam um papel específico na edificação do fundamento da igreja. Eles não se aplicam hoje na construção do edifício da igreja em cima desse fundamento. Voltarei a isso no nosso terceiro ponto, mas eu quero mencionar rapidamente a questão de línguas nesse contexto da edificação porque é exatamente esse o argumento de Paulo, é exatamente essa razão que ele usa para dizer que as línguas estavam se encerrando. Seu argumento é que o propósito dos dons é a edificação da igreja, mas se alguém fala em uma língua diferente, que não entendemos, a não ser que haja tradução, não haverá edificação. De acordo com At 2, o dom de língua é quando uma pessoa que nunca aprendeu outra língua, instantaneamente passa a sabê-la e falar nessa língua mesmo sem necessariamente sabendo o que está falando, mas o Espírito a capacitou. Paulo diz que a edificação, que é o propósito do dom, só pode ocorrer como resultado do entendimento da verdade.

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja um intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (I Co 14:26-28). Se ninguém entende, não há razão para falar pois ninguém é edificado e se ninguém é edificado, isso não pertence à igreja. Isso também é dito no verso 16: “De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a ação de graças, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.” Qual o motivo de nos reunirmos? É sermos edificados.

É como se Paulo dissesse: “Nós falamos grego aqui, mas se você está tentando nos edificar em mandarim, que bom, louvado seja o Senhor, mas eu não posso dizer ‘amém’ a você já que não faço ideia o que está dizendo e não posso ser edificado.” Esse é o propósito do capítulo 14. Se reparar, logo no começo, o verso 4 diz: “o que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.” Esse é um verso crucial e muitos o interpretam errado. Basicamente Paulo está dizendo: “Se você falar mandarim nesta igreja, só há uma pessoa que pode entendê-lo, e isso se Deus lhe der também o dom de tradução junto com o dom da língua. Essa pessoa é você, pois nós não entendemos. Foi para isso que você recebeu o dom? É para isso que veio à igreja? Para edificar a si mesmo? Isso é egoísmo." Infelizmente muitos cristãos interpretam dessa forma: “Eu falo em língua porque Paulo disse que fazendo assim eu edifico a mim mesmo com esse dom.” Não! Paulo está repreendendo essa atitude! O dom existe para edificar a igreja, é para o bem comum, usem os dons dessa forma.

Você pode perguntar: “então por que a alguém foi dado o dom de língua?” Essa é uma longa discussão e não temos muito tempo agora, mas se quiserem estudar o assunto, vou lhes dar uma pequena ajuda. Nos versos de I Co 14:21,22 Paulo explica que o dom de língua foi um sinal para condenar os incrédulos de Israel. Pela primeira vez Deus estava falando diretamente na língua dos gentios, os edificando e explicando que o fundamento da igreja os incluía. Essa foi uma missão transitória que se encerrou uma vez completada. Depois que os gentios entraram na igreja, o motivo se cumpriu. É o que também ocorre na questão dos milagres, que são dons de autenticação. Uma vez encerrada a escrita da bíblia, não há mais necessidade de autenticar o mensageiro.

Voltando rapidamente ao nosso argumento, a questão é que precisamos observar as intenções dos dons. Por que Deus te deu um dom? É para você mesmo? Não. É para a edificação do corpo, para nos desenvolvermos uns aos outros. Pense sobre como você pode encorajar outros com seu falar, como você pode servir outros com a força que Deus provê. É por isso que Paulo fala em I Co 13 que existe uma forma ainda melhor de fazer todas as coisas, que é com o amor. O amor é o ingrediente quintessencial necessário no exercício dos dons, pois o amor verdadeiro sempre edifica. Resumindo, queremos ser bons mordomos dos dons de Deus.

Primeiro, celebramos a graça de Deus. Isso tudo não é sobre eu mesmo, mas sobre a bondade de Deus para comigo. Segundo, preciso guardar as intenções de Deus. Isso tudo não é para mim, mas para os outros. O terceiro ponto está implícito em I Pe 4. Por que Pedro não menciona os dons de milagres? Por que ele não fala sobre curas, milagres, apostolado, profecia e línguas? Creio que Pedro nos instrui a apenas a falar e servir porque ele entende que a partir desse ponto na história canônica, na década 60 D.C., esses dons estão se encerrando e ele quer evitar falsas promessas.

Quero dar 7 motivos para explicar porque o dom de milagres cessou ao fim do novo testamento. Tito 1:9 nos diz que a tarefa do pastor é refutar aqueles que contradizem a palavra. Quero falar um pouco sobre o que as escrituras falam sobre aqueles que alegam realizar os dons dos apóstolos.

1) A bíblia faz uma distinção entre os apóstolos e nós. Creio que um texto que deixa claro esse argumento está em Ef 2:20 onde Paulo diz que nós, como igreja, a casa de Deus, estamos sendo edificados em cima do fundamento dos apóstolos e profetas e o próprio Jesus Cristo é a principal pedra de esquina. Pense um pouco sobre essa ilustração. Existe um fundamento e uma edificação. Esses são dois projetos de construção diferentes onde primeiro a fundação é colocada e depois a edificação é construída, depois do fundamento. Jesus, os apóstolos e profetas são o fundamento. Nós somos a edificação. Não se pode trabalhar no fundamento quando o edifício está sendo levantado. Se isso for feito, o edifício desmorona, como observamos acontecer em muitas igrejas. Os evangelhos e o livro de Atos nos relatam como Deus colocou o fundamento com Cristo e Seus apóstolos. Não devemos duplicar ou copiar isso. Devemos ser edificados em cima do fundamento doutrinário que foi colocado. Então existe uma diferença entre o fundamento e a edificação que é feita em cima dele.

2) Não existem mais apóstolos. Paulo foi o último apóstolo e isso é fácil de provar quando paramos para pensar sobre o que é ser um apóstolo. Um apóstolo é um enviado, alguém que foi enviado de uma pessoa para outra. De acordo com Hb 3:1, Jesus é o apóstolo de Deus. De acordo com At 14, Barnabé é um apóstolo da igreja de Antioquia. Jesus chamou para si originalmente doze apóstolos. Ele os comissionou diretamente e os enviou. Esses são os apóstolos que estamos falando aqui. Pense nisso. Por definição, para alguém ser um apóstolo de Jesus era preciso tê-Lo conhecido pessoalmente, ter sido enviado por Ele enquanto Ele estava aqui na terra. Jesus nomeou os doze apóstolos, um deles o traiu e foi substituído por Matias em At 1. Depois temos Paulo, um apóstolo concebido de forma anormal, conforme ele mesmo disse. Paulo precisou provar seu apostolado, já que não fora chamado da mesma forma que os doze primeiros. Seu argumento, quando está provando seu apostolado em Gálatas e Coríntios, é justamente o fato de ter sido chamado diretamente e pessoalmente por Cristo. Em I Co 9:1 ele pergunta: “Não sou eu apóstolo? Não vi Jesus Cristo? Eu o vi pessoalmente, eu o vi ressuscitado.” O primeiro requisito para ser um apóstolo de Jesus Cristo é tê-lo visto e ter sido enviado por Ele. Qual o problema daqueles que se dizem apóstolos hoje? Bem, qual foi a última pessoa que viu Jesus? Paulo. Paulo deixa isso explícito em I Co 15:8, quando depois de ter dado a lista daqueles que viram Jesus, declara: “E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um nascido fora de tempo.” Paulo foi o último apóstolo, pois foi o último a ser qualificado como apóstolo. Em II Co 12:12 ele argumenta que todos os apóstolos verdadeiros realizam sinais, prodígios e milagres: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.” Paulo diz que realizou os sinais que provam quem é um apóstolo verdadeiro. Se eu conseguir duplicar os sinais e maravilhas da mesma forma que Paulo fez, o que isso me torna? Um apóstolo. Mas, na verdade, isso seria impossível uma vez que Jesus já ascendeu aos céus e não está mais chamando e enviando mais ninguém. Sendo que não há mais apóstolos, é impossível alguém hoje realizar os sinais e maravilhas que um apóstolo faz. Esses dons eram apenas para a era do novo testamento. Então por que os milagres existiram?

3) Os milagres autenticavam aqueles que dispensavam uma nova revelação e especificamente aqueles que estavam mudando as regras. Isso é o que vemos por toda bíblia. Começando em Êxodo 19 quando Moisés se dirige ao povo dizendo a Israel de que forma eles passariam a obedecer Deus, quais dias trabalhariam e quais seriam os dias de descanso; o povo deveria obedecer exatamente o que Moisés falasse, pois o que ele dissesse era a palavra de Deus. Coré se rebelou dizendo: “Quem lhe deu o direito de nos dizer o que fazer? Deus não está falando apenas por você. Como sabemos que Deus está falando só por você?” O que aconteceu? O chão se abriu e os engoliu. Até mesmo Arão e Miriã questionaram se Deus falava apenas por Moisés e Miriã contraiu lepra por causa disso. Deus explica esse princípio em Ex 19:9: “E disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente.” Deus queria que Israel cresse em Moisés porque Moisés estava falando por Deus. Moisés estava instaurando a lei de Deus e por isso ele estava acima da antiga aliança. Moisés havia dito a Israel que apenas uma vez por ano apenas um homem poderia entrar no santo dos santos, mas ele mesmo entrava e saía. Por que só Moisés? Esqueceram-se das pragas? Esqueceram-se do Mar Vermelho? É por isso que Deus validou as palavras de Moisés com milagres. Da mesma forma, Pedro nos diz em At 2:22 que Jesus foi aprovado por Deus com sinais e maravilhas. O mesmo aconteceu com o próprio Pedro quando ele, no dia de Pentecostes, se levantou e disse: “Vocês não vão mais obedecer a Moisés. A partir desse dia, apenas aqueles que crerem em Jesus Cristo serão salvos, todos os outros irão para o inferno.” O que os judeus ali pensaram? “Eu sei que Deus falou através de Moisés. Por que devemos crer em você, Pedro?” É porque Pedro andava na rua e as pessoas eram curadas só com sua sombra. Deus estava testificando que ali estava um homem que falava por Ele. Isso nos mostra que Pedro, assim como Moisés, era um homem que pertencia a uma outra categoria, diferente de nós. Pedro era o fundamento, ele realizava coisas que não podemos, pois somos o edifício. Hb 2:4 é um verso muito importante sobre esse assunto. Aqui, o autor de Hebreus está escrevendo uma exortação ao mencionar o evangelho. Ele diz que o evangelho foi anunciado pelo Senhor e depois nos foi confirmado pelos que o ouviram. “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo de acordo com Sua vontade.” Aqui vemos três categorias de pessoas. Primeiro temos Jesus, que falou o evangelho para os que O ouviram diretamente – os apóstolos e profetas. Depois os apóstolos pregaram a nós. Então a pergunta é: quem Deus testificou com sinais e maravilhas? De acordo com esse texto, não fomos nós, foram eles. Foram eles que ouviram Jesus diretamente. Esse é o princípio. Deus autentica aqueles que estão revelando a verdade do evangelho e uma vez que a bíblia está completa, não há mais necessidade de tal autenticação. Não há mais necessidade dos dons de profecia, pois já temos, “mui firme, a palavra dos profetas” (II Pe 1:19). Tudo aquilo que Deus deseja falar a nós, Ele já falou através do Seu Filho (Hb 1:2). Tudo o que precisamos para a vida e piedade já está aqui (II Pe 1:3).

4) Senso comum. Esse motivo é um tanto óbvio para explicar porque não temos mais milagres hoje. Câmeras de vídeo já existem há bastante tempo e nenhum milagre, da forma como aparecem na bíblia, foi registrado. Quero dizer parar o Sol, dividir o Mar Vermelho, milagres verdadeiramente bíblicos. As pessoas levavam panos usados por Paulo para curar enfermos. Demônios fugiam. É um insulto a Deus e aos profetas comparar o que se alega hoje serem milagres com os milagres registrados na bíblia. Você acha que tem dom de cura porque consegue curar uma dor de cabeça? Isso é um insulto. Ressuscite um morto e eu acreditarei em você. Faça algo que não deixe dúvida. Esse é o propósito de um sinal: apontar que Deus está envolvido ali. No antigo e novo testamento, ninguém andava questionando os milagres. Ninguém estava ali no meio das dez pragas pensando: “isso está mesmo acontecendo?” Era algo tão óbvio. Pedro e João curaram um paralítico de nascença e os judeus que o odiavam disseram: “Que havemos de fazer com esses homens? Porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório e não o podemos negar” (At 4:16). Eles procuraram um jeito de negar mas não conseguiram. Essa é a questão. Se o milagre pudesse ser debatido, então o mensageiro não poderia ser autenticado. Os milagres registrados na bíblia são, inquestionavelmente, violações das leis naturais. São impossíveis de serem explicadas de outra forma, como as paredes de água no Mar Vermelho. Os curadores atuais dizem que “é porque você não tem fé suficiente para ser curado.” Os milagres na bíblia foram assim? Lembram-se dos corpos que foram colocados no túmulo de Eliseu e quando tocaram os ossos de Eliseu ressuscitaram? Quanta fé tinham aqueles mortos? Ali não havia fé. Deus disse: “Ouçam os profetas!” Deus validou os ministérios dos profetas pelos milagres. O senso comum nos aponta que hoje nada disso acontece. Aquele que diz o contrário precisa redefinir o que é um milagre bíblico. Eu tive o privilégio de trabalhar como capelão em um hospital durante cinco anos e uma das minhas funções era me livrar dos falsos curandeiros que vinham até o hospital. Eu não os queria ali, então era um prazer fazer esse trabalho. Eu tinha o mesmo tratamento para com todos eles. Eu apenas dizia: “Remova a minha válvula de metal, extraia minha mutação genética, dê-me um músculo quadríceps que não tenho, assim como alguns ligamentos na minha perna esquerda. Se você fizer isso, eu o deixo curar todos os demais.” Em cinco anos, ninguém se ofereceu para fazer isso. Em At 5:16 vemos pessoas enfermas, pessoas com espíritos imundos e todos foram curados. Então, ressuscite um morto e cure um paraplégico, assim saberemos que você consegue curar uma dor de cabeça e expulsar um demônio. O senso comum nos diz que não é isso que acontece.

5) Os milagres não são eventos comuns durante a História. Os carismáticos nos dizem que os milagres aconteciam por toda a bíblia, mas isso não é verdade. Nos 6 mil anos registrados nas escrituras existem milagres acontecendo por volta de 100 a 200 anos. É uma porcentagem muito baixa: Moisés, Josué, Elias, Eliseu, Jesus e os apóstolos. Mesmo quando chegamos perto do fim da era apostólica, já em I Pedro, os milagres estão desaparecendo. Paulo escreve I e II Tm na mesma época em que Pedro escreve I e II Pedro. No começo do seu ministério, Paulo curava a todos, realizava todo tipo de milagre. Vamos ver o que acontece em I e II Timóteo. Em I Tm 5:23, Paulo, ao escrever a Timóteo, ele diz: “Não bebas mais água apenas, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.” Fico pensando que se eu fosse Timóteo eu falaria: “Paulo, será que é tão trabalhoso assim colocar um pedaço de pano ou lenço junto a essa carta para eu ser curado?” Em II Tm 4:20 Paulo escreve: “deixei Trófimo doente em Mileto.” Paulo viajou com seu companheiro missionário Trófimo e depois o deixou doente? Por que não o curou? Não havia motivo para Deus autenticar o ministério de Paulo naquele momento já que seu apostolado havia sido plenamente atestado, autenticado.

6) Cessacionismo. Essa é a visão de que os dons de milagres cessaram. Esse é o ensinamento da igreja primitiva. Não vou ler todas as citações, existem dezenas delas. Vou apenas ler duas. João da Antioquia, um dos mestres mais importantes da igreja primitiva viveu nos anos 300 e o conhecemos pelo nome Chrysostom (língua de ouro). Um intelectual, muito proeminente. Ele escreveu: “I Co 12 é muito enigmático, mas a dificuldade em entendermos está em nossa ignorância sobre os detalhes mencionados e suas terminologias, pois são coisas que aconteciam naquela época e não mais hoje.” Não tem como ser mais claro do que isso. A outra citação é de Lutero, na qual ele é muito direto: “Uma vez que a igreja foi adequadamente estabelecida através daqueles milagres, as aparências visíveis do Espírito Santo cessaram.” Vejam bem, eu não disse que Deus não pode curar. Eu disse que Deus não dá mais o dom de cura às pessoas. Há uma diferença. Mas creio que mesmo dizendo que Deus cura, é importante saber como Deus trabalha nessa era. Ele não está trabalhando através desses milagres físicos pois a autenticação dos mensageiros não é necessária. Alguém pode questionar: “Como você fala que Deus não pode fazer algo?” Existem muitas coisas que Deus não pode fazer. Deus não pode mentir, roubar, ir contra Sua própria palavra, etc. Deus pode fazer tudo o que quiser, mas sei que Ele sempre quer fazer o que já revelou. Deus nos diz que nessa era, Ele cura providencialmente. Talvez seja difícil ouvir isso, mas você não vai ressuscitar um morto, não vai curar alguém com síndrome de Down, não vai realizar um verdadeiro milagre, como os que foram registrados na escritura. Pode ser triste pensar nisso pois vivemos em um mundo caído, cheio de dores, com hospitais, cirurgias, cânceres, vírus, etc. Mas podemos ser encorajados por dois fatos: Deus cura providencialmente através de remédios, médicos e tantas outras maneiras; e o mais importante, Ele provê uma cura muito melhor.

7) Hoje nós temos algo muito melhor. A quarta responsabilidade que temos como bons mordomos é buscar a glória de Cristo. É assim que Pedro encerra essa sessão. “Para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo”. À Ele pertence a honra e o poder para sempre. Se o propósito de todas as coisas é glorificar a Deus através de Cristo, então existe uma pergunta conclusiva: o que glorifica mais a Deus? Será que é eu mover uma montanha, ressuscitar os mortos, falar em línguas, ou é edificarmos uns aos outros no edifício vivo e santo? O que glorifica mais a Deus? Curar um paraplégico? Ou falar com a finalidade de edificarmos uns aos outros para sermos mais transformados à imagem de Cristo, nos tornando uma noiva mais pura e sem manchas, refletindo o magnífico esplendor do nosso Salvador? Para qualquer crente, essas são perguntas retóricas. São perguntas duras, mas simples. Nossos dons atuais são melhores pois seus propósitos são refletirem Cristo, o que em última instância dá mais glória a Deus.

Iniciei esse nosso tempo com Jo 16:7 porque eu sabia que vocês teriam dificuldade em crer em mim. Mas é Jesus quem diz que é melhor ir e depois enviar o Espírito Santo. Para concluir, vamos pensar mais profundamente na implicação do que Jesus está falando ali. Considerar isso nos ajuda a apreciarmos o que temos hoje. Pense comigo sobre aqueles que participaram dos milagres de Jesus. Sem dúvida teria sido maravilhoso receber aqueles milagres. O pecado causou tanta destruição e as consequências vistas neste planeta são catastróficas, o mundo está cheio de dores, miséria e morte. Imagine ser curado de uma paralisia, de um demônio, poder comer o pão e o peixe que Cristo criou. Havia uma enorme multidão seguindo Jesus precisamente por causa desses milagres, era algo maravilhoso de ver. Todas as necessidades físicas eram atendidas. Mas não nos esqueçamos como isso terminou. As mesmas pessoas que foram saciadas com a comida de Cristo e receberam a cura física são as mesmas pessoas que gritaram: “Crucifique-o”.

Milagres externos não podem mudar o coração, eles não têm essa capacidade. Esse é um fato óbvio e bíblico. Vimos milhões de israelitas resgatados da escravidão do Egito, que testemunharam o impressionante poder de Deus através das pragas e depois cruzaram o Mar Vermelho. Toda aquela geração pereceu no deserto por serem incrédulos. Milagres externos não conseguem mudar o coração.

Em Lucas 16 vemos a parábola daquele homem rico que morreu e estando em tormento e vendo Abraão disse que se alguém ressuscitasse e fosse até seus parentes, eles creriam. Mas Abraão respondeu dizendo: “Não. Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-os.” Ainda que alguém ressuscite, não vão acreditar. Lembrem-se de que todo ser humano nessa terra é um natimorto espiritual. Todos mortos em delitos e pecados. Apenas o Espírito Santo trabalhando através da palavra pode transformar os corações. Apenas o Espírito santifica e nos torna como Cristo.

Esse é o objetivo dos dons: edificarmos uns aos outros. E para nos tornarmos o que? O que o Espírito está fazendo entre nós? O Espírito nos está edificando o lugar de habitação de Deus, o templo santo, o lugar onde Deus pode habitar. Onde Deus habita? Com os humildes, com os de coração contrito, com os que são como Seu Filho, aqueles que foram transformados à imagem do Seu Filho. Se quisermos ser o templo santo, precisamos ser santos como Ele e é isso que Pedro nos diz e é por isso que o Espírito nos deu esses dons.

A morte de Cristo na cruz é o ato que garante nossa santidade, nossa justificação diante de Deus, mas é o Espírito que está atualmente nos santificando e nos tornando corporalmente adequados a Cristo.

Portanto, apreciem esse poder, apreciem o que o Espírito está realizando. Quantas vezes nos esquecemos disso e desejamos os dons externos e extravagantes. Somos movidos pelas dores e sofrimentos deste mundo, pelas provas de fogo que Deus traz a nós. Precisamos nos perguntar: “Vale a pena passar por toda essa dor e nos tornar mais como Ele?” Se você tivesse um pecado em sua vida do qual você tem consciência e a fim de se livrar desse pecado você tivesse que contrair um câncer, o que você escolheria? Esse é o tipo de pergunta que vai revelar o quanto verdadeiramente você quer ser como Jesus. Se você pudesse orar com sinceridade: “Deus, faça o que for necessário para me tornar como Seu Filho.” Quando oramos assim, percebemos que a vida cristã é difícil e dolorosa.

É por isso que preciso de vocês. É por isso que precisamos nos juntar. É por isso que não importa o que o governo nos diga, precisamos nos reunir, pois precisamos uns dos outros. É muito difícil fazer isso sozinho, a batalha é difícil. Vale a pena escolher Jesus em vez do mundo.

Pedro nos diz para nos mantermos firmes. Portanto, preparem-se! Estamos em batalha! Estamos juntos! Usem seus dons! Por que você está nos privando do dom que você recebeu e que precisamos para nossa edificação? Todo o corpo precisa de você. Não se vanglorie em seu dom, você só o tem por causa da graça de Deus. Não sirva a si mesmo com o seu dom, pois ele não é para você, mas para nós.

Não vá atrás de dons de milagres e curas. Você não os tem e isso não consegue te transformar. Apenas falem uns aos outros com as verdades bíblicas, servindo uns aos outros. É isso que o Espírito usa para nos edificar. Esse é o propósito de tudo: glorificar a Deus por meio de Jesus Cristo, o homem-Deus que morreu e ressuscitou para a nossa justificação.

Oremos.

Pai, te agradecemos pela Sua obra de edificação desta igreja para que ela se torne Seu santo lugar de habitação. Confiamos que através do sangue de Cristo podemos ficar de pé em Sua presença. Fomos lavados de nossos pecados, fomos justificados. Nossos pecados, os quais não desejamos, estão constantemente diante de nós. Pedimos que o Espírito nos santifique e nos modifique e que sejamos usados por Ti para que possamos nos edificar uns aos outros e corporalmente possamos crescer em nos tornar mais como Cristo, sendo um lugar santo, adequado para que caminhe em nosso meio. Nos ajude a usarmos nossos dons para edificarmos uns aos outros para que Tu sejas glorificado e Seu Filho seja exaltado. Em Seu nome oramos, amém.